Prazeres e perigos do sexo na terceira idade
RESUMO: Este artigo trata-se de uma reflexão a respeito dos prazeres, conflitos e tabus que acometem a sexualidade na terceira idade. Parte-se do mito de que a sexualidade está voltada somente a juventude, e que os fatores fisiológicos, psicológicos e socioculturais implicam no ajuste (ou desajuste) da sexualidade nesta fase da vida. Aborda o preconceito social diante do assunto e a incidência de AIDS entre os idosos.
Palavras-chave: Idosos; Sexualidade; Preconceitos; AIDS.
Ao longo de uma década, o contingente de pessoas com 60 anos ou mais no Brasil aumentou de 10,7 milhões para 14,5 milhões, representando um aumento de 35,5% nesse período. Estima-se, que nos próximos vinte anos, o número de idosos brasileiros poderá ultrapassar os 30 milhões, representando 13% da população. Os recentes avanços da indústria farmacêutica e da medicina, em associação com a desmistificação do sexo, permitem o prolongamento da vida sexual ativa. O sexo na terceira idade, porém, pode representar prazer e perigo aos idosos. Isso por que o envolvimento sexual traz emoções e sentimentos antes não permitidos ao público dessa faixa etária, mas também pode trazer o preconceito de familiares e da sociedade. Além disso, é preciso considerar que, na terceira idade, as pessoas não estão imunes a doenças sexualmente transmissíveis, entre elas, a Aids. O processo de envelhecimento demanda uma atenção especial em virtude de suas modificações biológicas, psicológicas e sociais, sendo necessária uma maior atenção por parte da sociedade e formulação e efetivação de políticas públicas voltadas para essa parcela. Costuma-se dizer que a idade determinante da velhice é 65 anos, quando se encerra a fase economicamente ativa da pessoa e começa a aposentadoria. Contudo, a Organização Mundial da Saúde (OMS), através de estudo e levantamento estatístico mundial, elevou essa idade para 75 anos, devido ao aumento progressivo da longevidade e da