amor a velhice
Thiago de Almeida*
Maria Luiza Lourenço**
Resumo
Em muitos levantamentos realizados fica evidenciado que os relacionamentos afetivo-sexuais têm sido considerados um domínio praticamente exclusivo das pessoas jovens, com boa saúde e fisicamente atraentes. A idéia de que as pessoas de idade avançada também possam manter relações sexuais não é culturalmente muito aceita, preferindo-se ignorar e fazer desaparecer do imaginário coletivo a sexualidade da pessoa idosa. Contudo, o amor e a sexualidade dos idosos em nada diferem na intensidade daqueles entre pessoas jovens. Apesar dos preconceitos, dos tabus e dos arcaicos estereótipos com que as pessoas idosas se deparam quando se trata de enamoramento e sexo entre parceiros da terceira idade, é necessário que se enfrentem esses desafios com a maturidade que a idade traz. Faz-se necessário, portanto, acabar com os mitos, romper com paradigmas obsoletos, para que o envelhecer seja compatível com uma boa qualidade de vida.
Palavras-chave: Velhice. Terceira idade.
Amor. Sexualidade.
Amor é privilégio de maduros estendidos na mais estreita cama, que se torna a mais larga e mais relvosa, roçando, em cada poro, o céu do corpo.
É isto, amor: o ganho não previsto o prêmio subterrâneo e coruscante, leitura de relâmpago cifrado, que, decifrado, nada mais existe valendo a pena e o preço terrestre, salvo o minuto de ouro no relógio minúsculo, vibrando no crepúsculo.
Amor é o que se aprende no limite, depois de se arquivar toda a ciência herdada, ouvida.
Amor começa tarde.
Carlos Drummond de Andrade
*
Psicólogo. Mestre pelo Departamento de Psicologia Experimental do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo; doutorando no
Departamento de Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo.
** Bacharel em Biblioteconomia pela Faculdade de
Biblioteconomia e Documentação da Universidade de São