Posto e pressuposto na propaganda publicitária
Renata Zenevich e Viviane Severo Menegat¹
RESUMO
1. INTRODUÇÃO
1.1. Justificativa
Inegavelmente a publicidade tem como objetivos principais informar, convencer e acima de tudo, seduzir. Não há dúvida que a publicidade é um exemplo notável de discurso persuasivo, com a finalidade de chamar a atenção do público para as qualidades deste ou daquele produto/serviço. Partindo dessa premissa o presente estudo, de caráter exploratório, tem por objetivo detectar o posto e o pressuposto de algumas peças publicitárias veiculadas em revistas nacionais, procurando também identificar alguns aspectos semânticos que interferem e/ou auxiliam na construção do sentido do texto publicitário.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
Para ampliar o seu poder de sedução a peça publicitária visa aconselhar o interlocutor a uma ação futura, apresentando um padrão estilístico alicerçado em algumas normas, tais como:
1. a utilização de figuras de linguagem não como ornamento, mas como recurso expressivo;
2. a rigorosa escolha de palavras objetivando provocar reações emotivas no leitor;
3. o uso predominante da função conativa da linguagem, com a mensagem centrada no receptor;
4. a utilização de vocábulos do campo associativo de um paradigma, técnica conhecida como “palavra-puxa-palavra”.
Também, a construção do sentido da peça publicitária vale-se de três grandes operações das quais fa-se uso, muitas vezes sem consciência, na construção do enunciado: posto, pressuposto e subentendido. Entende-se pelo conceito de posto aquilo que vem claramente expresso no enunciado, o conteúdo informacional da sentença, ou seja, aquilo que está expresso de maneira clara e objetiva. O pressuposto, contudo, não está explícito, funciona como referência e orientação para o que será desenvolvido e formulado no posto. Assim, falar em pressuposição é admitir existe dirigindo o enunciado algo que o delimita, mas nele não se expressa diretamente.
Por sua