POSITION PAPER - DSM
O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), desenvolvido pela Associação de Psiquiatria Americana (APA) é um manual de referência para profissionais da área da saúde mental e que tem por objetivo classificar os diferentes tipos de perturbações mentais, descrevendo diagnósticos e propondo tratamento. Baseado em um método estatístico e sem qualquer conotação etiológica ou explicativa sobre as doenças, o manual vem promovendo a partir de suas edições um aumento exponencial de transtornos, e parte agora para sua próxima edição, o DSM-V.
Através de uma perspectiva biologicista do sujeito, a psiquiatria, a psicologia e as demais áreas da saúde que se utilizam do manual têm um foco nas lesões cerebrais ou disfunções bioquímicas. Atualmente o manual não tem sido utilizado somente por profissionais da saúde, mas por diversas outras áreas. Porém seu uso tem repercutido em conseqüências prejudiciais à sociedade sob vários aspectos no que tange à saúde mental. Os DSM’s impedem a formação de um espírito crítico nos profissionais, promovem aumento excessivo da medicamentalização, além de fomentar a patologização da existência.
Conforme colocado pelo documentário “Marketing da Loucura”, é interessante verificar o processo de construção dos DSM’s, que traz como tema o avanço da influência do discurso psiquiátrico no mundo contemporâneo. O documentário também traz depoimentos de psiquiatras que são contra os princípios do manual, denunciando seus rótulos patologizantes. É interessante ressaltar que, conforme nos apontam Dunker e Kyrillos, “O sistema DSM é um imenso empreendimento coletivo, do qual participam diferentes grupos de trabalho, comportando milhares de pesquisadores divididos em seções que expressam orientações teóricas e clínicas distintas” (2011, p. 6). A psicanálise também estava presente na construção, e será na terceira edição do manual, em 1980, que ocorrerá a “volta da psiquiatria