Posicionamento crítico – propaganda ideológica
(Frederick Watkins)1
Em um de seus artigos, Sérgio Resende de Barros defende a idéia de que “todos nós pensamos condicionados por nossa vivência social. Esse condicionamento é natural e, portanto, inevitável. Nós pensamos ideologicamente, sem querer, nem perceber. Ou seja, esse condicionamento não se dá por caso pensado. De fato, até um certo ponto, o pensamento reflete a experiência de vida do seu autor. A ideologia é um fenômeno natural. Não é má, não é boa, mas simplesmente é o que é: um fato natural.” E conclui que, “no jogo histórico das ideologias, inevitável na evolução da humanidade, sempre uma nova ideologia surge de uma outra à qual supera no sentido do progresso da sociedade geral dos seres humanos.”2
Tendo em mente esse pensamento ao desenvolver o raciocínio, acredito que, se a ideologia é algo inevitável e de fundamental importância para o desenvolvimento da humanidade, sua forma de propagação (propaganda ideológica), ganha uma importância equivalente. Não acho que uma propaganda ideológica, para ser de fato uma, precise ter todas as características/etapas citadas nas idéias centrais. Entendo que o simples fato de propagar a ideologia já pode sim caracterizar-se como propaganda ideológica, não precisando, por exemplo, utilizar-se do que chamamos de lavagem cerebral (onde indivíduos são presos e bombardeados por propagandas ideológicas em locais isolados), que considero algo absurdo e desumano: o uso da força para convencer. O problema então não está na propaganda ideológica, mas no mau uso da mesma, ou ainda, na forma de recebê-la.
Para melhor explicar meu pensamento, é preciso entender o que seria a informação não-ideológica. Ela, ao contrário da ideológica, está aberta à discussão dispondo de espaços para uma maior gama de opiniões. O discurso não-ideológico, ao considerar que a ideologia “não se trata de uma força a que as pessoas se submeteriam de