Portugal e o futuro
António Sebastião Ribeiro de Spínola, nasceu a 11 de Abril de 1910, em Estremoz, no Alto Alentejo, e faleceu em Lisboa a 13 de Agosto de 1996.
Filho de António Sebastião de Spínola e de Maria Gabriela Alves Ribeiro de Spínola, de uma família abastada: o seu pai foi inspector-geral de Finanças e chefe de gabinete de Salazar no Ministério das Finanças.
Em 1920, ingressa no Colégio Militar, em Lisboa, para fazer o ensino secundário que conclui em 1928.
Em 1928, frequenta a Escola Politécnica de Lisboa.
Casa, em 1932, com Maria Helena Martin Monteiro de Barros.
Obra
“Um golpe de Estado anunciado
Um general cumulado de honrarias e segundo na hierarquia militar atinge a política africana, usando a palavra como arma”
José Manuel Barroso
Num depoimento feito em 1974 no Rio de Janeiro, Marcelo Caetano conta que “ao fechar o livro” Portugal e o Futuro, apercebeu-se de “que o golpe de Estado militar, cuja marcha eu pressentia á meses, era agora inevitável”. Facto é que o regime do Estado Novo foi derrubado, dois meses após a publicação desta obra. Contudo, a publicação deste tinha sido autorizada por indicação própria do próprio Marcelo Caetano.
A primeira edição de Portugal e o Futuro é lançada a 22 de Fevereiro de 1974, esgotando-se imediatamente.
Spínola coloca em questão essencialmente: a política africana do governo e a representatividade nacional do regime. Começando por identificar os objectivos do Estado, de modo a demonstrar como estes pontos fulcrais não estavam a ser cumpridos. Identifica-os como sendo a sobrevivência e a prosperidade, sendo que “a mobilização e a crescente valorização de todos os recursos e o seu adequado aproveitamento são condições de sobrevivência” 1, e “por prosperar, deve entender-se (…), a satisfação cabal das crescentes necessidades e solicitações dos seus membros” 2, ou seja, os supostos principais objectivos do Estado, haviam-se tornado tudo menos prioridades, pois como a história nos conta, a