Portifolio Educação Inclusiva
HOLGONSI SOARES GONÇALVES SIQUEIRA
* Publicado no Jornal "A Razão"
"Eu não estou dizendo que tudo é ruim; eu estou dizendo que tudo é perigoso" (M.Foucault).
A explosão das novas tecnologias (de informação, de entretenimento e comunicação, de reestruturação do mundo do trabalho e do lazer), tem proporcionado um grande debate sobre os efeitos das mesmas para o homem pós-moderno. Este debate é marcado por duas visões; seguindo a classificação de D.Kellner, temos a visão dos tecnófilos e dos tecnófobos. Os primeiros fazendo uma apologia total às novas tecnologias, são os otimistas sem restrições; para eles estas tecnologias são revolucionárias porque possibilitam aos indivíduos imaginarem novos caminhos que jamais foram considerados, permitindo que os mesmos vivenciem e façam coisas novas de forma melhor e mais rápida. Sob esta ótica, as novas tecnologias são apenas ferramentas que estão à disposição dos usuários para maximizar suas performances, e portanto o que se considera aqui são as habilidades para usá-las. Na Filosofia da tecnologia, esta visão faz parte da Teoria Instrumental, a qual afirma que a tecnologia não pode ser ruim pois é puramente um meio que ajuda os indivíduos a alcançarem suas metas; sendo apenas um instrumento útil, é neutro, não afetando qualquer outro valor, pois está associada exclusivamente à eficiência.
Por outro lado, os tecnófobos são os pessimistas tecnológicos de plantão; para eles o avanço tecnológico é de cunho elitista, conservador, autoritário e como sempre... "neoliberal"(!). Com sua concepção determinista sobre as novas tecnologias, vêem estas como "parte de uma invenção diabólica" (M.Arroyo), com um exacerbado poder deformador/destruidor das formas culturais existentes. Associada à Teoria Substantiva, e aos pressupostos Heideggerianos, a visão dos pessimistas nega a questão técnica como possibilidade para a mudança social, e afirma-a como desumanizadora, tornando-nos pouco mais que