Portfólio de história e filosofia da educação
Introdução
A educação é um processo inerente a todas as sociedades humanas. Mas se, em relação aos animais, a educação é uma mera hipótese, em relação ao homem é um fato incontestável. Em qualquer tempo e lugar, onde quer que haja um grupo humano, encontramos procedimentos de formação tendentes a transmitir às jovens gerações valores, saberes, aptidões, testados e aprovados. Esses valores, saberes e aptidões caracterizam e, portanto, distinguem essas diferentes culturas.
Desenvolvimento Durante muito tempo a integração dos jovens no modo de ser e estar da sua sociedade fez-se por "impregnação": era nos contatos diários no âmbito da família e de grupos sociais mais vastos que a criança ia absorvendo os elementos da cultura do seu grupo. É de crer que não houvesse nesse processo uma intencionalidade consciente, como não a há ainda hoje na maioria desses contatos sociais: isto é, cada um de nós, nas interações diárias, está a fazer educação, sem que disso se aperceba. O mesmo acontecia nessas sociedades ditas primitivas. Tudo isso, como disse, foi absorvido naturalmente por impregnação. Naturalmente também, uma educação deste tipo era essencialmente conservadora: por mais informal e não intencional que fosse, visava transmitir aos novos o modo de ser e estar, a visão do mundo, dos mais velhos; não havia aí espaço para a inovação, a originalidade, a criatividade pessoal, embora ela se manifestasse, apesar disso. Estou convencido que é isso que explica, em grande parte, o ritmo extraordinariamente lento, se comparado com o atual, das transformações culturais e sociais. Essa educação informal exercia-se de igual modo em todos os estratos sociais: o que variava eram os conteúdos, não os métodos. No entanto, a complexidade crescente das sociedades impôs a certa altura a necessidade de uma educação formal para a aquisição de aptidões de natureza intelectual (leitura e escrita, por exemplo, ou a arte de argumentar nas