Porquê aprendizagem ao longo da vida?
O ano de 1996 foi designado “Ano Europeu da Educação e da Formação ao Longo da Vida”. A ideia de criar condições que permitam a todos os cidadãos ter acesso ao saber ao longo da vida inscreve-se numa concepção democrática do funcionamento das nossas sociedades. No momento em que o avanço para a sociedade de informação e a aceleração do progresso científico e técnico correm o risco de dar origem a uma dicotomia crescente entre “os-que-sabem“ e “os-que-não-sabem”, esta ideia encontra a sua actualidade nas orientações do Livro Branco da Comissão “Ensinar e Aprender. Rumo à Sociedade Cognitiva”. Mas, ao longo do tempo, os seus princípios fundadores foram submetidos a fortes tensões, nomeadamente, em razão dos constrangimentos conjunturais e orçamentais que condicionam demasiado unilateralmente e reestruturam o ensino e a formação profissional. Com este número especial, a Revista europeia da Formação Profissional pretendeu responder ao convite lançado pela Senhora Cresson, aquando da sua intervenção em Veneza, em 2 de Fevereiro de 1996, para dar início a um largo debate sobre o Livro Branco, no âmbito do Ano Europeu. Pretendeu igualmente estar presente no encontro político nacional que são os Debates Condorcet em França, onde o tema da educação e da formação ao longo da vida será largamente debatido. A decisão de associar a Revista a estes acontecimentos baseou-se na oportunidade de acesso a argumentos e a elementos factuais, que podem servir de apoio a debates. Ao dar a palavra ao político, retraçando a história desta ideia generosa e relacionando a construção de princípios e a realidade factual em diferentes países, a Revista espera desempenhar o seu principal papel que é de prestar um contributo aos debates sobre a formação profissional na Europa, a partir de análises e de informações rigorosas e argumentadas.
Johan van Rens, Director do CEDEFOP
A Aprendizagem ao Longo da Vida é uma proposta fascinante, tal como é