Por uma clínica da invenção: enfrentamentos na construção de novas vozes para a loucura na cidade
MESA: “Que eu me organizando possa desorganizar; que eu desorganizando posso me organizar”. A pluralidade de ações de psicólogos que utilizam a rua como campo de trabalho.
Por uma clínica da invenção: Enfrentamentos na construção de novas vozes para a loucura na cidade
Ao longo da história constatamos um movimento de crise na construção e compreensão da prática clínica. Múltiplos sentidos foram sendo criados para esta prática e no que se refere à clínica da saúde mental isso não foi diferente. As formas de ver, de pensar e de falar sobre o louco implicaram na concepção de clínica e no tratamento ofertado a esses sujeitos e instauraram um campo de saber sobre a loucura (a psiquiatria) e um lugar onde este saber produziria o tratamento dito adequado (o manicômio). Foi a partir do Movimento Antimanicomial e da Reforma Psiquiátrica que reacenderam-se as discussões sobre os dispositivos destinados a tratar, ou simplesmente a excluir os sujeitos identificados sob o estigma da loucura. Surgem então questionamentos referentes à clínica tradicional e vislumbra-se a possibilidade de outro cuidado em Saúde Mental, cuidado este que trará como marca a exigência constante de reflexão e análise das práticas. Desta forma, a cidade, e não mais o manicômio, é o espaço em que a experiência da loucura requer ser acompanhada. Diante deste novo cenário, questionamentos vão surgindo: O que fazer quando o setting da clínica tradicional é insuficiente para se tratar um sujeito? Como fazer uma clínica que não pense a saúde como ausência de sintomas, mas que pense a saúde como produção de vida, como arte de subjetivação, como potências de encontros? Em que lugares essa prática clínica poderá se dar? Qual o lugar para produzir cuidado para os sem lugares? Há então uma aposta na cidade e em suas ruas como espaços nos quais são possíveis produzir intervenções do campo psi. Pensar a rua como