Por que Música!
O fato de o Brasil não possuir uma tradição em ensinar música na escola regular pode levar a diferentes percepções da sociedade sobre essa atividade. Ideias equivocadas sobre conteúdos, formas e funções podem comprometer o retorno da Educação Musical como componente curricular obrigatório - garantido através da lei 11.769/08. Neste sentido, o presente artigo traz uma revisão literária sobre os motivos que tornam válida a aula de música no contexto escolar. O texto aponta determinados valores tradicionalmente atribuídos à musica e ao seu ensino, valores ainda hoje utilizados como argumentos de justificativa para sua presença na escola. A inexistência de uma tradição em se ensinar música na escola regular no Brasil pode levar a diferentes ideias da sociedade a respeito dos conteúdos, objetivos e funções dessa disciplina. Partindo deste pressuposto, é importante refletir sobre o papel que a música deve desempenhar na escola regular, bem como suas funções e valores, para que seu retorno à escola (lei 11.769/2008) aconteça de uma forma bem compreendida e fundamentada pela comunidade de educadores musicais. As artes, em geral, são tipos de linguagens que intencionam expressar sensações e/ou sentimentos, contudo, sem o mesmo grau de automatismo e comunicabilidade da linguagem verbal. No caso específico da música, as ideias e sentimentos do homem seriam expressos em formas sonoras (SWANWICK, 2003, p. 18). Por serem criadas pelo homem, tais formas estão vinculadas ao tempo e ao espaço, e as combinações de seus elementos ocorrem de maneiras diferentes em cada época e local, determinando o que chamamos de “estilo”.
Assim, a linguagem musical é uma linguagem socialmente construída e compartilhada, o que significa que pode ser também estudada e compreendida. Nesta perspectiva, abandona-se a ideia de que o estudo da arte, e da música, mais especificamente, seja um processo tão subjetivo a ponto de ser inatingível. Para que a linguagem musical seja