POR QUE CERTOS COMPORTAMENTOS NOS NEGÓCIOS
Essa e outras questões são o tema de um novo livro, que traz a economia para o cotidiano
JOSÉ FUCS
Por que muitos bares cobram dos clientes a água, mas dão amendoim de graça?
Por que o preço no frigobar dos hotéis é tão alto?
Por que a prática de dividir a conta faz as pessoas gastar mais no restaurante?
As perguntas acima, por mais prosaicas que pareçam, são tema de aulas na faculdade de administração da Universidade Cornell, nos Estados Unidos. Com outros enigmas do gênero, elas foram reunidas – ao lado das respectivas respostas – no livro O naturalista da economia, do economista americano Robert H. Frank, que acaba de ser lançado no Brasil.
Frank, responsável pelo curso de introdução à economia de Cornell e colunista do jornal The New York Times, pediu a seus alunos que elaborassem as perguntas e investigassem suas respostas. O objetivo da tarefa era mostrar a eles que a economia é algo tangível e prático, embora muitos economistas queiram fazer crer que a economia está baseada em complexas fórmulas matemáticas incompreensíveis. “Quando o ser humano surgiu, ele não se comunicava por meio de equações e gráficos. Os homens contavam histórias uns para os outros”, disse Frank em entrevista a ÉPOCA (leia trechos da entrevista). “Se você ilustrar um princípio econômico com uma história, ficará bem mais simples absorvê-lo e usá-lo no dia a dia.”
Frank é autor também do livro Princípios de microeconomia, escrito com o atual presidente do Fed (banco central americano), Ben Bernanke. Doutor em economia pela Universidade da Califórnia em Berkeley, ele faz parte de uma corrente cada vez mais numerosa e influente: os economistas que buscam no comportamento humano a explicação para fenômenos econômicos, conhecidos como economistas comportamentais. Segundo Frank, as pessoas nem sempre são racionais e desapaixonadas. E não perseguem os mesmos “objetivos restritos” estipulados