Politicas monetárias e fiscais
O programa de estímulos monetários do Fed envolve a compra de títulos do tesouro americano e do mercado imobiliário e foi adotado em 2008 para ajudar a economia dos EUA a superar os efeitos da crise financeira global.
Com o mesmo propósito, o Banco Central americano também tem mantido taxas de juros próximas a zero.
Nos últimos anos, ambas as políticas ajudaram a inundar de dólares os mercados de países emergentes, que oferecem rendimentos mais altos para capitais estrangeiros em troca de riscos mais elevados.
Como resultado, até o primeiro semestre deste ano moedas como o real brasileiro, a rúpia indiana e o peso mexicano sofreram grandes valorizações e houve um aumento do fluxo de investimentos estrangeiros para esses países em desenvolvimento.
Tal cenário, porém, começou a mudar radicalmente entre maio e junho, quando o Fed deu indicações de que poderia reduzir seu programa de estímulos monetários.
Parte dos capitais que haviam migrado para os emergentes começaram a "voltar para casa", derrubando o valor das moedas desses países.
Só o real teve uma queda de 20% em relação ao dólar nessa época e, em meio a pressões inflacionárias, o Banco Central começou a aumentar a Selic.
O mercado esperava que os cortes no programa do Fed começassem na semana passada, mas após uma reunião de dois dias, a autoridade monetária americana não só frustrou tais expectativas, mantendo o programa, como ainda deu a entender que poderia manter os juros próximos a zero ao menos até 2016.
Foi tal decisão que deu "alívio" aos países em desenvolvimento, reduzindo a pressão sobre suas moedas.
"Quanto mais graduais (os cortes nesse programa), melhor para os emergentes como o Brasil", disse Tombini.
"E essa preocupação (do Fed) com a volatilidade (dos mercados) é bem-vinda e importante não só para os emergentes, mas para toda a economia global”.