Politica externa
GUERRA FRIA A PARTIR DE 1945
POLITÍCA EXTERNA BRASILEIRA – GUERRA FRIA
A Guerra Fria constituiu o elemento definidor por excelência das relações internacionais durante grande parte da segunda metade do século 20. Ela se estendeu, grosso modo, desde 1946, quando fracassou a conferência de Paris que deveria aplicar as decisões de Ialta e Potsdam relativas à reorganização democrática da Europa, até o ano de 1991, quando finalmente se desfez, por auto-implosão, o regime socialista, no seguimento de alguns anos de relativa abertura política (a chamada glasnost) e de tentativas de reforma do sistema econômico esclerosado (a perestroika), iniciadas por Mikhail Gorbachov desde que ele assumiu a liderança do PCUS em 1985. Na segunda metade da década de 1950, o cenário internacional, marcado pela Guerra Fria desde o fim da Segunda Guerra Mundial, começou a passar por importantes transformações. A competição entre EUA e URSS pelo controle de áreas de influência em todo o planeta permanecia, mas começou a adquirir nova feição, entrando numa fase que ficou conhecida como de "coexistência pacífica". A "coexistência pacífica" se originou, principalmente, de mudanças internas na própria URSS, com a morte do autocrático Joseph Stalin, em 1953, e a ascensão de Nikita Kruschev. Além de promover um início de liberalização interna – a chamada "desestalinização" –, Kruschev procurou deslocar o conflito entre as superpotências do plano puramente militar para as áreas econômica e tecnológica. O lançamento do satélite soviético Sputnik, em 1958 – que maravilhou o mundo e demonstrou a superioridade inicial da URSS em matéria de tecnologia espacial – foi o ápice dessa nova política. Mas a idéia de uma "coexistência pacífica" se originou também do reconhecimento, por ambas as superpotências, de que o conflito aparentemente irreconciliável que as separava dificilmente poderia ser resolvido apenas pela via militar, tendo em vista o potencial letal, para