Resenha cuba após guerra fria - mudanças econômicas
Rafaela Dal Ben Gomes
''Cuba após a Guerra Fria: mudanças econômicas, nova agenda diplomática e o limitado diálogo com os EUA'' (Jan./Julho 2010), artigo do professor de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro - FGV-RJ, traz um conjunto de ideias que subvertem o entendimento das transformações econômicas em Cuba após a Guerra Fria, a reorientação da agenda diplomática cubana durante o mesmo período e as perspectivas do diálogo entre Havana e Washington.
Os países do bloco socialista passaram por trajetórias muito diversas no pós-Guerra Fria, indo do colapso da URSS, à integração da Europa Oriental nas instituições ocidentais (União Europeia e OTAN) ao crescimento econômico acelerado da China e do Vietnã, passando pelo isolamento e pela militarização da Coréia do Norte. Cuba ocupa uma posição intermediária entre essas histórias de sucesso e fracasso. O fim da URSS forçou o país a uma radical reorientação de sua economia, buscando novas formas de inserção no mercado internacional. Basicamente, o incentivo ao turismo e a iniciativa privada estrangeira para compensar a perda dos subsídios soviéticos. Contudo, as reformas não se traduziram em abertura politica. A transmissão de poder de Fidel para Raúl Castro representa inclusive o retrocesso na limitada liberalização nesse campo.
Até 1959, a população cubana vivia em péssimas condições, a começar pela saúde e pela educação, enquanto os donos do país, corruptos, enriqueciam facilmente. Em 1959, através da luta do povo organizado, essa situação mudou. Um governo popular assumiu, transformou quartéis em escolas, entregou as terras a quem as trabalhava, passou a investir em saúde gratuita e de qualidade. Rapidamente o analfabetismo foi erradicado, a desigualdade reduzida, a corrupção acatada, e Cuba transformou-se em referencia mundial na área da saúde e da educação, reconhecida assim por diversas instituições de todo o mundo. Nenhum cubano paga