Concepções da professora
ACERCA DO ABUSO SEXUAL INFANTIL
RACHEL DE FARIA BRINO quelbrino@bol.com.br LÚCIA CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE WILLIAMS williams@power.ufscar.br Laboratório de Análise e Prevenção da Violência da Universidade
Federal de São Carlos–SP
RESUMO
A escola mostra-se como lugar ideal para detecção e intervenção em casos de abuso sexual infantil, uma vez que o principal agressor geralmente encontra-se na família. Considerando que a escola deve ter como objetivo garantir a qualidade de vida de sua clientela, bem como promover a cidadania, para delinear um programa que possa capacitar tais profissionais em casos de abuso sexual, parece necessário, em primeiro lugar, conhecer o universo de informações que eles detêm sobre o tema, sobre a legislação a respeito e sobre os direitos da criança. Este estudo teve como objetivo caracterizar as informações de 20 educadoras de escolas municipais de educação infantil sobre o abuso sexual de crianças em uma cidade de médio porte. As informações obtidas foram analisadas e divididas em sete categorias. Os resultados indicam que a maioria das educadoras possuía informações insuficientes acerca do tema e afirmava adotar procedimentos inadequados diante dos casos de crianças que sofreram abusos sexuais.
CRIANÇA – ABUSO SEXUAL – EDUCAÇÃO DA CRIANÇA – PROFESSO
O abuso sexual pode ser definido, como “qualquer interação, contato ou envolvimento da criança em atividades sexuais que ela não compreende, não consente, violando assim as regras sociais e legais da sociedade” (Pires, 1999). A escolha do abuso sexual como enfoque do trabalho considera o fato de este ser, dentre os abusos, aquele que provoca os piores prejuízos psicológicos para a vítima (Caminha,1999; Monteiro, Abreu, Phebo, 1997; Azevedo, Guerra, 1997). Esses prejuízos podem ser dificuldades de adaptação interpessoal, sexual e afetiva (Azevedo,
Guerra, 1997). O abuso sexual é considerado uma “modalidade privilegiada” de violência doméstica