Alunos especiais
FORMAÇÃO E CONCEPÇÕES
Priscila Vieira Coelho
A literatura educacional tem demonstrado os sucessivos fracassos a que tem sido exposta a educação brasileira. Inúmeras tentativas vêm sendo realizadas no sentido de se melhorar o nível dos processos de ensino e de aprendizagem sem que, no entanto, resultados satisfatórios sejam atingidos. A dificuldade não passa, a princípio, pela não identificação das causas dessa herança de fracassos. Dentre elas destacamos: a má-formação dos profissionais da educação; a desvalorização da profissão de professor e a conseqüente baixa remuneração de suas atividades; o pouco investimento em programas de educação continuada para os professores em exercício; o papel de legitimadora dos valores sociais vigentes desempenhado pela escola. Considerada por Demo (1992) como o fator mais importante para a qualidade da educação básica, a formação de professores encabeça a relação dos problemas a serem enfrentados por todo o sistema educacional brasileiro. Ao se referir aos altos índices de evasão verificados no Brasil, esse autor atribui o fato, em parte, aos baixos teores qualitativos do sistema educacional e, em especial, à má-formação do professorado nele atuante. Afirma ainda que as crianças pobres e culturalmente indigentes aproveitam precariamente os frutos do sistema educativo, em função principalmente dessa má qualificação dos professores. Critica, por fim, a concepção das instituições responsáveis pela formação de professores, em especial o arcaísmo de seus currículos, baseados principalmente na reprodução do conhecimento, sem que se valorizem a investigação e a produção do conhecimento por parte dos alunos. Nesta mesma direção, Mello (1986) já havia constatado a precariedade da qualidade dos cursos de formação de professores, afirmando que tal deterioração, nas últimas décadas no Brasil, chegou a níveis alarmantes. Os problemas vividos pelos alunos durante o processo educacional