Politica de Rendas

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A política de rendas consiste na interferência do governo nos preços e salários praticados pelo mercado. No intuito de atender a interesses sociais, o governo tem a capacidade de interferir nas forças do mercado e impedir o seu livre funcionamento. É o que ocorre quando o governo realiza um tabelamento de preços com o objetivo de controlar a inflação.

Ressalta-se que nem sempre esse instrumento funciona de forma adequada. Como exemplo, cita-se que na segunda metade dos anos 80, o Brasil estava iniciando suas experiências econômicas de combate à inflação, o tabelamento de preços foi largamente utilizado. Muitos produtores que se julgaram lesados pelo fato do preço do seu produto ter sido fixado em um patamar muito baixo, simplesmente deixaram de ofertar o produto.

Como consequência, observou-se um desabastecimento de várias mercadorias. Em determinados setores, particularmente no automobilístico, as mercadorias até poderiam ser adquiridas mediante o pagamento de um “ágio”, ou seja, uma diferença a mais sobre o valor oficial do produto.

O governo também pode controlar o valor dos salários pagos em uma sociedade. No Brasil o melhor exemplo se dá pela fixação do salário mínimo. Porém, conforme destaca Costa (2009), esta interferência já foi muito maior no passado. Nos anos 80, por exemplo, durante o Plano Cruzado, foi criado um dispositivo legal que garantia um reajuste automático dos salários de todas as categorias trabalhistas sempre que a inflação atingisse 20%.

O objetivo dessa política era a de garantir o poder de compra dos trabalhadores contra os efeitos da inflação. Conforme destaca o autor, este se constituiu em um objetivo louvável, porém trouxe um efeito colateral negativo. Com o recrudescimento da inflação, o gatilho salarial passou a disparar mensalmente, iniciando um processo de indexação da economia, gerando um fenômeno conhecido como inflação inercial.
Constata-se que a partir da implantação do Plano Real, em 1994, o governo foi reduzindo

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