Politica de renda
A política de renda é a intervenção direta que o governo exerce para obter o controle direto sobre a remuneração dos fatores diretos de produção envolvidos na economia para a formação de renda, tais como salários, depreciações, lucros, dividendos e preços dos produtos intermediários e finais, controlando e até congelando os preços. As políticas de rendas são normalmente usadas durante períodos de aumento da procura, para tentar prevenir o aumento de preços.
Alguns tipos de controle exercidos pelas autoridades econômicas podem ser considerados dentro do âmbito das politicas monetária, fiscal ou cambial. Entretanto, os controles sobre preços e salários situam-se em categoria própria de politica econômica. A característica especial é que, nesses controles, os preços são congelados e os agentes econômicos não podem responder às influências econômicas normais do mercado.
No Brasil, as políticas de renda foram criadas para tentar acompanhar a elevação dos preços e proteger os rendimentos de perdas maiores resultantes da própria aceleração inflacionária (a chamada inércia da inflação). Mesmo em épocas de globalização e reestruturação produtiva, onde a tecnologia e o mercado de trabalho ditaram as transformações em toda a década de 90, os salários reais jamais acompanharam as elevadas taxas de produtividade alcançadas pelos setores primário, secundário e terciário da economia. Muito pelo contrário, a partir da implantação do Plano Real e sob a bandeira de vencer a inflação, o governo adotou a desindexação acabando com qualquer tipo de proteção legal para os salários, tanto os do setor privado quanto os do setor público, enquanto os ganhos de produtividade, na melhor das hipóteses, eram negociados a conta gotas. Aos salários do setor privado, restou a livre negociação que, no atual contexto adverso, é realizada sob a pressão de um desemprego crescente, portanto, fragilizados na sua essência da busca de equilíbrio entre capital e trabalho.