Policia
onde está o reconhecimento acadêmico?
Na atual conjuntura social brasileira, a violência e a criminalidade permeiam progressivamente todas as esferas de convívio e classes sociais, conforme podemos constatar em relatórios governamentais e científicos. Ganhando, deste modo, destaque em toda a mídia – jornais, revistas e noticiários.
O crescimento da violência e da criminalidade urbana nos últimos anos, impulsionado por fatores sincrônicos que encontram suas raízes na problemática sócio-econômica e no contexto histórico e cultural, associado à falência dos tradicionais modelos adotados pelos sucessivos governos na tentativa de conter e reprimir ações criminosas, que via de regra mostram-se ineficientes, tem gerado amplo sentimento de descrença na capacidade das instituições públicas de reter o crescimento da violência e da criminalidade e levado a Segurança Pública a tornar-se um dos assuntos de maior repercussão midiática no País.
A ampla mediatização desse tema traz, como efeito negativo, um aumento generalizado do sentimento de insegurança na população. Porém, como aspecto positivo, essa mediatização da Segurança Pública leva à participação da sociedade civil nos debates sobre o tema, onde a problematização do papel desempenhado pelas organizações policiais tem sido uma das principais pautas (NEVES, 2002: p. 1).
Simultaneamente ao alargamento dos debates sobre Segurança Pública, e principalmente sobre as organizações policiais, que são a representação última das políticas públicas de segurança junto à sociedade civil, devemos nos ater à questão da inserção deste tema no circuito acadêmico.
Não parece existir ampla produção científica sobre polícia. A bibliografia, ao menos no Brasil, ainda é escassa como podemos ver em KANT DE LIMA, MISSE e MIRANDA (2000). [1] Mesmo no âmbito internacional, não possui um grande número de produções sobre o tema, a não ser as produções dos anos noventa, como aponta