Poliamor 22
Em Porto Alegre, já existem adeptos de grupos de relações livres com mais de mil integrantes
Eles fazem parte de uma turma que multiplica adeptos. Vociferam que a monogamia fracassou e que o ciúme é controlável até sumir de vez. São catalogados em denominações com princípios próprios: swing, relações livres, relacionamento aberto e poliamor, cada um com estratégias singulares para fugir do convencional.
Em 2012, em Tupã, no interior de São Paulo, foi registrada em cartório a primeira união entre três pessoas, o poliamor. Há também os que fazem do estado civil uma militância: são os errelis, leitura da sigla RLi (Rede de Relações Livres). Fundado em Porto Alegre, em 2006, o grupo se expandiu para São Paulo, acumula mais de mil integrantes na Capital e organiza espaço para debates, além de palestras sobre como ter um relacionamento livre. Para esclarecer as dúvidas dos simpatizantes com a diversidade afetiva citada acima, tem até congresso marcado. São Paulo realizará a 1ª Semana Nacional Não Monogâmica, entre os dias 3 e 9 de novembro.
A psicanalista e escritora Regina Navarro Lins, autora de O Livro do Amor, lembra que, ao nascermos, deparamos com comportamentos estabelecidos como corretos pela sociedade e, na idade adulta, isso gera um sofrimento enorme.
— Muita gente sofre por desejo, culpa e frustração. Está na hora de refletirmos sobre as crenças para nos livrarmos dos preconceitos. Atendo muita gente aqui no meu consultório que ama mais de uma pessoa e se sente cobrada a ter de escolher entre uma delas — disse a especialista.
A psicanalista prevê: nos próximos 10 ou 20 anos abrir o relacionamento será uma tendência. Segundo Regina, as pessoas não buscam o outro porque têm um vazio ou porque o sexo com o parceiro não está legal, mas sim porque variar é bom.
Fantasias que viram realidade
Um homem estaciona o carro em frente à casa de uma mulher com quem vai passar a noite. Minutos depois, aparece a