Poesia e modernidade

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Este trabalho tem como objetivo responder ao seguinte questionamento: o poema, a partir do conceito de “modernidade” (século XIX) pode também ser apenas objeto de um processo de “modernização.

POESIA E MODERNIDADE

Modernização e modernidade são conceitos distintos. Pode-se dizer de modernização, todas as transformações materiais ocorridas nos séculos e XVIII e XIX, caracterizadas, principalmente, pela troca do ambiente rural para o urbano, conseqüência de mudanças políticas, sociais, econômicas e tecnológicas, como a Revolução Industrial, a Revolução Francesa e a ascensão econômica da classe burguesa. O conceito de modernidade que surgiu na França em meados do século XIX, nas artes em geral e, em especial, na literatura, teve como precursor o poeta e teórico Charles Baudelaire. Consiste em uma mudança de consciência diante da nova realidade urbana que se apresentava. Ele conceituou modernização somo sendo o aspecto material dessas transformações e modernidade como aspecto espiritual, um novo modo de pensar a arte. Nesse contexto, o poema, embora beneficiado pelos avanços tecnológicos, não se enquadra apenas como processo de modernização, já que assume, com toda força, uma característica de mudança de paradigmas. Baudelaire é pioneiro desse novo pensar poético e artístico. Esse poeta, diante do novo quadro urbano que se apresentava, decidiu por observar tanto os encantos quanto as mazelas que a cidade proporcionava aos que nela viviam. Daí desenvolveu um modo próprio de refletir sobre a modernidade

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e influenciou diversos poetas e teóricos, tanto de sua geração, quanto de gerações posteriores. Segundo Baudelaire, o artista moderno, em toda sua plenitude, é aquele que consegue apreender o momento presente, não se desvinculando do passado. Em seu ensaio “O pintor da vida moderna”, diz que “todo mestre antigo tem sua própria modernidade, desde que capte a aparência e o sentimento de sua própria era”. Para ele, o belo é constituído de um elemento

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