Poesia na segunda fase do modernismo
No meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho no meio do caminho tinha uma pedra
Resposta;
Antes de partimos para quaisquer considerações que se têm a fazer acerca da criação em pauta, torna-se relevante enfatizarmos que não só Carlos Drummond, mas também todos os artistas que pertenceram à segunda geração modernista, sobretudo no tocante à prosa, agiram de modo diferente daqueles que compuseram a segunda também, mais só que na poesia.
Permeados num intenso sentimento de incapacidade, oriundo de um período pós-guerra, resolveram mergulhar num questionamento acerca da condição de estar no mundo. Dessa forma, mostraram-se questionadores do próprio “eu”, e foi assim que mergulharam numa atmosfera de misticismo, de religiosidade, enfim. Nesse âmbito reside a criação a que fazemos referência, cuja temática explora um aspecto predominante na vida de todo ser humano: os obstáculos com os quais ele tem de conviver enquanto tal. Assim, o caminho representa os problemas sociais, digamos assim, e a pedra, os pessoais, os questionamentos, as turbulências oriundas da própria condição de ser humano.