Poesia Africana
A África lusofona conheceu na secunda metade do século XX, juntamente a uma luta activa para a independência das nações, uma afirmação forte da identidade própria dos povos africanos. Esta procura de liberdade reflete-se na poesia que desmpenhou um papel notável na expressão do sentimento de revolta. Uma geração de poetas da África toda, nascidos cerca dos ános 20 et 30, encarnam essa revolta. As lutas polίticas contro o dominio português começaram com a criação em 1956 do Partido Africano para a Independência da Guinee e do Cabo Verde, sustentido pelos escritores guineenses Vasco Cabral e Helder Proença. Em Angola, o MPLA desengrenou a partir do áno 1961 sublevações independentistas, com por figura de proa o poeta Agostinho Neto, que tornou-se mais tarde presidente da Republica Angolana . Houve também em Moçambique uma guerra civila sangrenta, iniciada pelo FRELIMO (Frente de Libertação Moçambicana), cujo os poetas José Craveirinha e Mia Couto fizeram parte. Debrucemos nós sobre as convergências que existem entre as biográfias destes poetas da negritude, que apesar de ser de nacionalidades diferentes, exprimem um mesmo impulso na revendicação de raizes e de culturas, simultaneamente a uma dor profunda. É certo que numerosos poetas africanas do século XX pertenciam a uma forma de elite, em que tiveram a oportunidade de estudar nas escolas reputadas nos seus paίses, ou mesmo em escolas europeias. Agostinho Neto se licenciou em Medicina em Lisboa. Vasco Cabral, guineense, cursou Ciências Económicas e Financeiras em Portugal também. José Craveirinha, de Moçambique, estudou numa escola ligada à Maçonaria. Corsino Fortes foi licenciado em direito em 1966. De certa maneira, as suas posições sociais proveitosas permitiram-lhes haver um impacto forte sobre a consciênça africana. Ainda mais, o envolvimento polίtico é comum a todos os poetas que estudaremos. A luta contra o colonizador português e o mau trato dos homens negros