Subserviência Colonial na poesia africana lusófona
Colonial subservience and resistance in lusophone african poetry. An analisys in Viriato da Cruz and Jorge Barbosa
Resumo: A partir da década de 60, houve na África uma onda maciça de processos de independência. Entretanto, tais processos não significavam, efetivamente, processos de descolonização. De acordo com Fanon (1961), a descolonização também baseia-se não só na territorial e política, mas principalmente a mental e ideológica. Enquanto algumas ex-colônias resistem à hegemonia colonial ainda perceptível na cultural local, outras são coniventes com o processo colonizador e/ou com a herança colonial. Desta forma, analisar-se-á na poesia africana lusófona a subserviência e a colonialidade nas letras de Prelúdio (1956), do cabo-verdiano Jorge Barbosa, e a resistência à colonização, com o angolano Viriato da Cruz, com o poema MaKézú (1961).
Palavras-chave: pós-colonialismo; literatura africana lusófona; resistência; subserviência
Abstract: From the 70's, Africa was a massive wave of independence process. However, such processes are not meant processes of decolonization. According with Fanon (1961) also decolonization is based not only on the territorial and political, but mostly mental. While some former colonies resist colonial hegemony still visible in the local culture, others are colluding with the colonizing process. Thus, it will analyze the subservience and resistance to colonization in Lusophone African poetry, especially with the Angolan Viriato da Cruz, with the poem MaKézú (1961) and Cape Verdian Jorge Barbosa with Prelude (1956).
Keywords: postcolonialism; Lusophone African literature; resistance; subservience
Considerações iniciais
A “independência” da África pode ser definida como um processo histórico, gradual e de fundo essencialmente político, de independência das colônias européias, desencadeado por movimentos de