Poder
Poder, o potencial que uma pessoa tem de fazer com que outros façam o que ela quer e de evitar ser forçada a fazer o que não quer, é um assunto controverso, que desperta fortes reações. Enquanto uns o vêem como algo natural, inerente à vida das empresas, outros consideram-no como algo ilegítimo, não nobre e prejudicial.
Num ambiente que exige decisões de qualidade em alta velocidade, os líderes precisam influenciar outras pessoas de maneira rápida e eficiente, e para isso recebem, obtêm e utilizam poder. Nesse contexto sua utilização é legítima e positiva.
Muitas vezes, porém, o poder passa a ser uma questão pessoal, em que o desejo é unicamente exercer domínio e suplantar o outro. Quando o poder passa a ser um fim em si mesmo, bloqueia-se o atingimento dos objetivos institucionais, com óbvios danos à organização.
Líderes com essa postura usam seu poder para construir e proteger seus “reinos’, não hesitando em utilizar chantagens, coerção ou manipulação.
Recrutam seu próprio staff de especialistas para não dependerem de assessores institucionais; seletivamente reforçam ou ignoram grupos da organização; programam agendas e atendimentos manipulativamente; fornecem dados e informações seletivamente.
Chegar a uma conscientização clara quanto à onipresença do poder nas relações entre pessoas/áreas da organização e instituições externas é o primeiro e mais importantes passo que os líderes podem dar na busca de um uso legítimo de poder na organização. Esse primeiro passo conduz a um outro tipo de conscientização: a de que todas as ações dos executivos (mudanças organizacionais, admissões/demissões, novos planos, alterações no mix de produtos etc.) têm impacto na distribuição e equilíbrio de poder na empresa.
Trabalhar em profundidade questões como as apresentadas ajudará os líderes a refinar sua forma de ver a distribuição de poder na organização e irá capacitá-lo a melhor gerenciar esse importante componente do dia-a-dia das empresas.
Michel Foucault
Michel