Poder e biopolítica - uma visão geral
PODER E BIOPOLÍTICA - UMA VISÃO GERAL
Poder, pela visão Foucaultiana, entende-se pela relação entre seres livres¹, isto é, relação entre governantes e governados, entre um sujeito mais livre com um sujeito menos livre, e o sujeito é o resultado das relações de saber e poder. Quando não há um sujeito livre, é repressão. Se não há possibilidade de dizer 'não', então é estado de dominação, onde aprendemos que temos que obedecer. “(...) o poder disciplinar é, com efeito, um poder que, em vez de se apropriar e retirar, tem como função maior adestrar; ou sem dúvida adestrar para retirar e se apropriar ainda mais e melhor"² .Só há poder quando há resistência, poder dizer 'sim' ou poder dizer 'não'. O poder pode ser bom ou mal no seu exercício. Para Foucault, o poder é positivo, produz algo³. Não existe de certa forma nada fora do poder, o poder é uma relação de força em ato4, aquilo que está se efetivando, mas, não estável. O poder não pode ser entendido como propriedade a partir da economia. Nesse sentido, o poder político é violência legítima. Hannah Arendt distingue bem violência de poder aonde a violência se caracteriza por sua instrumentalidade e o poder por suas relações com a liberdade política. Onde há violência, não pode haver poder.
“Uma das mais evidentes diferenças entre poder e violência é que o poder necessita sempre de quantidade, enquanto a violência (...) se baseia em implementos” 5 Na visão de Arendt6, o poder é TODOS CONTRA UM, diferentemente da violência, onde é UM CONTRA TODOS. O poder é gerado meio que espontaneamente - não tem origem determinada - por meio de uma ação conjunta. A violência é algo que isola e dispersa os cidadãos, rompendo os laços cívicos, diferentemente do poder, que os aproxima. O poder é um fim em si mesmo7, assim como a política, que é o exercício da liberdade. A política nunca deve ter a ver com a verdade, mas sim com a opinião. Só podemos ser livres no campo da opinião. Já a