Platão x Aristóteles
“Todos os homens, por natureza, aspiram ao saber. Sinal disso é a estima dos sentidos. Pois, mesmo à parte sua utilidade, são estimados por si mesmos.” Com essa célebre frase, Aristóteles inicia sua metafísica. Significa dizer que todo homem nasce/existe com a finalidade de conhecer. E esse processo se inicia com os sentidos (audição e visão sendo os mais aguçados).
Conforme o Aristóteles, existem sete níveis ou graus de conhecimento e o primeiro deles é a sensação. Da sensação, surge a memória, tornando melhores do que os outros, os seres que podem se lembrar, pois, por engendrarem memória, podem aprender. E nos seres capazes de se lembrar das sensações é possível desenvolver a experiência. Até esse nível, muitos animais, como a abelha, o cão, etc., conseguem participar. No entanto, o homem é capaz de ir além da experiência e viver, também, arte, ciência, percepção e intuição
Entretanto, ainda segundo Aristóteles, da memória forma-se experiência nos homens. Isso porque as muitas lembranças de uma mesma coisa desembocam na experiência. Da mesma forma, nasce a arte e a ciência da experiência. A arte (que para os gregos é uma técnica, um saber fazer) surge das várias reflexões a partir da experiência, entendida como uma análise das semelhanças entre as coisas que geram uma noção básica universal (a experiência é conhecimento dos singulares; e a arte, dos universais).
Por exemplo, entre o obreiro (pedreiro) e o mestre de obras (engenheiro), este sabe mais que aquele, isto é, o pedreiro executa seu trabalho perfeitamente, pois é habituado aos casos particulares, conhecendo o que é sua função. Já o engenheiro sabe o porquê é e por isso se destaca no campo da sabedoria. Aristóteles considera que as sensações não são sabedoria, e sim o mais decisivo conhecimento de objetos singulares, mas não dizem o porquê de nada (sabem que o fogo é quente, entretanto, não porque o fogo é quente!) e, dessa forma, não podem instruir.