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Os assentamentos de trabalhadores rurais estabelecidos entre 1985 e 1988 não foram a primeira forma de intervenção na questão fundiária no Brasil. Para não ir muito longe, basta lembrar que, durante o regime militar, os programas de colonização na Amazônia tiveram um lugar de destaque na política governamental do inicio dos anos 70. Os programas de regularização fundiária e intervenções tópicas em casos de conflito pontilharam também o período autoritário. As medidas que resultaram nos assentamentos do período democrático, sem serem exatamente "massivas"; foram tomadas quase simultaneamente; atingiram diferentes regiões do território nacional; possuíam no horizonte um plano nacional de reforma agraria; e contemplando basicamente áreas de conflito, tiveram por trás uma mobilização de trabalhadores sem equivalente nos casos anteriores.
Talvez por isso, os assentamentos tenham tido destino diferente ( embora seja uma historia muito distante ainda de seu fecho ) das intervenções anteriores. Os assentamentos, ao invés de dispensarem as energias acumuladas no processo, de luta pela terra, deram lugar ao movimento de assentados, que , reivindicando condições para produzir, somou-se aos esforços do movimento sindical e do movimento dos sem-terra por novas desapropriações e novos assentamentos. Percebidos como vitorias parciais dentro de uma luta maior, os assentamentos estimularam novas iniciativas, ao mesmo tempo que a sua sorte como forma de organização passou a Ter um peso que antes não tinha no interior daqueles movimentos.
Por outro lado, essa via por onde foram implantados e os seus primeiros sucessos provocaram uma dinamização de experiências passadas que, embora tenham sido objeto de mobilização na época em que ocorreram, estavam sendo liquidadas polo seu isolamento , e também de experiências contemporâneas ( como os reassentamentos de atingidos por grandes obras publicas ). Sem podermos falar, no Brasil, propriamente de um "setor reformado", como