plano real
Essas pequenas testemunhas, que trazem gravadas no seu metal as lembranças do país, são peças de colecionador. Valor, mesmo, apenas o histórico. A “geração do Plano Real” desconhece o desespero daqueles que saíam com dinheiro para ir à rua disputar com o tempo. Sim, com o tempo. Em fração de minutos, a figura do remarcador usava sua maquininha para mudar os preços das mercadorias.
Aliás, a máquina foi símbolo do descontrole generalizado dos preços, quando tudo aumentava o tempo todo. O funcionário do mercado tinha um trabalhão para remarcar tudo. E até corria riscos, pois os consumidores se revoltavam. Aquele dinheiro, que antes daria para comprar alguma coisa, tempo depois já valia bem menos. Por isso, a luta para conter o chamado “dragão da inflação”. Quem nunca ouviu esta expressão?
Metas de longo prazo
Com a chegada do Real, o horizonte das pessoas se alargou. Elas começaram a pensar no longo prazo, a pensar em investimentos e aposentadoria. Imagina viver em uma sociedade na qual os preços mudam a cada hora? Pois era assim. A inflação nasceu com a gastança do governo nos anos 50, foi ganhando força no regime militar, até fugir do controle nos anos 80, quando chegou a passar dos 80% ao mês! Hoje, torcemos o nariz para os nossos 4,5%. A sociedade se tornou intolerante com a inflação. Desde a Segunda Guerra Mundial não vivíamos uma fase tão longa de estabilidade.
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