planejamento urbano
Publicado por Manoel Giffoni em novembro 16, 2010 · 3 Comentários
O Brasil é um país profundamente desigual – cerca de 90% da população brasileira se apropria de somente 25% da renda nacional. O rendimento médio mensal familiar per capita dos 10% mais ricos era, no ano 2000, mais de 17 vezes maior do que os 40% mais pobres, embora na última década essa disparidade tenha se reduzido.
Se a sociedade brasileira é como um todo estruturalmente desigual, o rebatimento territorial deste fenômeno tem dois aspectos:
1. a enorme desigualdade regional: antiga e persistente, com grande disparate não só nos níveis de renda, mas também em indicadores sociais, econômicos e territoriais. As regiões Sul, Sudeste e, mais recentemente, Centro-Oeste, pelo avanço da fronteira agropecuárioa, apresentam indicadores bastante superiores ao Nordeste e Norte
2. as regiões e cidades mais ricas concentram as maiores desigualdades, fato perceptível nas principais metrópoles do país
O Sudeste brasileiro concentra 56,8% do PIB nacional, ficando o Sul com uma participação de 16,3%. Em contraposição, o Nordeste, que abriga 27,5% da população nacional, participa com apenas 13,1% do PIB, se constituindo a região brasileira mais pobre. Esta desigualdade é ainda mais aguda quando avaliamos o quadro intrarregional. Nas regiões Norte e Nordeste, existe uma forte concentração econômica nas regiões metropolitanas das capitais. As cinco maiores regiões metropolitanas (Recife, Fortaleza, Salvador, Belém e Manaus) concentram 37,26% do PIB conjunto das duas regiões, enquanto participam com somente 21% da população (IBGE, 2008). Este mesmo padrão é válido quando comparamos as demais capitais estaduais, especialmente do Nordeste, com o restante do estado.
Assim, o interior destas regiões é ainda mais pobre e carente de serviços e infraestrutura, fato recorrente quando se avalia a presença de serviços de educação, saúde,