Pistrak: uma pedagogia socialista
INTRODUÇÃO
Já na época das revoluções burguesa – e em particular da Revolução Francesa, no período da Convenção – a burguesia percebeu que a pedagogia do “Antigo Regime” era inadequada à formação do cidadão. Daí, ela criou um conselho de pais de família eleitos pela “base”, que institucionalizasse a participação dos pais na escolha dos professores e na administração da escola, definindo as condições em que se operaria a igualdade de oportunidades garantida pelo ensino gratuito, obrigatório e leigo.
Da mesma forma, a Revolução Russa, criando novas relações sociais entre os homens, necessitava de um novo tipo de homem para assumi-la – daí a importância da renovação dos métodos de ensino. A idéia básica de uma nova sociedade que realizaria a fraternidade e a igualdade, o fim da alienação, era uma imensa esperança coletiva que tomou conta da sociedade soviética entre 1918 e 1929.
A visão educacional de Pistrak é concomitante ao período de ascenso das massas na Revolução Russa, a qual exigia a formação de homens vinculados ao presente, desalienados, mais preocupados em criar o futuro do que cultivar o passado, e cuja busca do bem comum superasse o individualismo e o egoísmo. Através de Pistrak, tem-se o projeto da revolução soviética no plano da educação, especialmente no nível do ensino primário e secundário.
No entanto, muitos educadores na época acharam que poderiam desenvolver nas velhas formas pedagógicas os novos conteúdos revolucionários, passando a ensinar a respeito da desalienação e da liberdade. Ou seja, pretendiam “corrigir” as velhas teorias pedagógicas reciclando-as ante a nova situação.
Pistrak percebia que isso era insuficiente numa época revolucionária, e enfatizava a necessidade de criar uma nova instituição escolar na sua estrutura e no seu espírito, suprimindo a contradição entre a necessidade de criar um novo tipo de homem e as formas da educação tradicional.
Pistrak preferiu optar pela criação de uma nova