Pierre
As Categorias do Juízo Professoral
Neste texto, Pierre Bourdieu aborda uma questão que se refere diretamente à dinâmica de funcionamento do Campo Educacional, especialmente no que menciona às relações professor-aluno. Trata-se de uma clarificação dos mecanismos sociais de construção das categorias de juízo dos professores a respeito de si mesmo e de seus alunos.
O autor inicia uma análise das categorias do juízo professoral, as quais seriam: (…) formas de pensamento, de expressão e de apreciação que devem sua lógica específica ao fato de que, produzidas e reproduzidas pelo sistema escolar, são o produto da transformação que a lógica específica do campo universitário impõe às formas que organizam o pensamento.
No que se refere à reprodução do sistema de taxinomias do juízo professoral, Bourdieu explicita o processo de formação do hábito produzido pelo sistema de taxinomias escolares, afirmando que, graças às: Estruturas objetivas tornadas estruturas mentais no decorrer de um processo de aprendizagem que se cumpre num universo organizado segundo essas estruturas e submetido às sanções formuladas numa linguagem igualmente estruturada segundo as mesmas oposições, as taxinomias escolares estabelecem uma classificação conforme a lógica das estruturas das quais são o produto.
Desse modo, pode-se dizer que o hábito professoral, gerado a partir do referido sistema de categorias de juízo seria uma chave para o entendimento das adjetivações criadas e aplicadas pelos professores, também presentes nas adjetivações relativas aos seus pares.
Bourdieu faz uma análise sobre as desigualdades escolares estruturadas nas desigualdades sociais, desvendando o mito dos "talentos" ou "dons" naturais. O objetivo do autor é analisar os mecanismos implícitos na constituição e manutenção da sociedade estudantil e do capital captado e recaptado por esta mesma sociedade para a "perpetuação" do sistema analisado em questão.
Tipos de professores