Peter berger
Por que produzir?
O descarte do óleo usado na cozinha é um dos graves problemas ambientais da atualidade, especialmente no Brasil. Um retrato do que pode acontecer no caso desse material ir parar no esgoto está na cidade de São Paulo. Apesar de cerca de 60% dos dejetos serem tratados pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), o óleo que fica retido no encanamento atrai variados tipos de pragas e ainda contribui para as enchentes que têm ocorrido periodicamente. O óleo que chega intacto aos rios e às represas da cidade fica na superfície da água e pode impedir a entrada de luz que alimentaria o fitoplâncton (conjunto de organismos essenciais para a cadeia alimentar aquática). Além disso, quando atinge o solo, ele tem a capacidade de impermeabilizá-lo, dificultando, por exemplo, o escoamento de água das chuvas. Tal quadro propicia as enchentes, com graves consequências para a população. Além desses problemas, a decomposição do óleo (um processo bem demorado) também emite metano na atmosfera - o gás de efeito estufa (GEE) que contribui para o superaquecimento terrestre. Uma opção para atenuar o problema, segundo a Sabesp, seria colocar o óleo de cozinha em um recipiente vedado e jogá-lo junto com o lixo comum. No entanto, não há qualquer garantia de que esse recipiente se manterá fechado. O mais provável é que se espalhe pela natureza, contaminando o solo e, consequentemente, os lençóis freáticos. A melhor solução, portanto, está bem perto da gente. Cada um de nós, dentro de casa, pode participar ativamente na solução do problema ambiental empregando o material usado para um destino bastante útil: a produção de sabão! Isso mesmo: sem equipamentos sofisticados, você pode produzir alguns tipos de sabão a partir do óleo de soja usado na cozinha. Ao serem associados a plantas e ervas medicinais, eles podem ter várias finalidades caseiras: lavar animais, roupas e louças, por exemplo. Além de evitar problemas para o