Pesquisa Em Eficacia Escolar
Nigel Brooke; José Francisco Soares (Org.).
Belo Horizonte, MG: UFMG, 2008, 552 p.
Já nas primeiras linhas do livro “Pesquisa em eficácia escolar: origem e trajetórias”, o espaço e o tempo (Estados Unidos e Inglaterra, década de 1960) em que foram produzidos os primeiros estudos relevantes acerca da chamada Eficácia
Escolar são sucintamente descritos. À época, conforme o texto, havia nesses países grande preocupação com a qualidade da educação, bem como com a forma de distribuição de oportunidades educacionais em seu território. No contexto, destacam-se a ocorrência da Guerra Fria e o aprofundamento das discussões acerca da democracia em países ocidentais, especialmente com o contemporâneo advento da legislação americana sobre igualdade de direitos civis para negros e brancos.
Dividido em cinco seções, o livro traz a compilação da antologia das pesquisas que, ao longo dos últimos cinquenta anos, foram desenvolvidas em muitos países com a finalidade de identificar fatores correlacionados com o sucesso escolar no âmbito da escolarização primária e secundária. Como se lê em diversos artigos da obra, esse é o objeto do ramo de estudos que passou a ser conhecido como Pesquisa em Eficácia Escolar. Esta representa um novo paradigma da pesquisa educacional, pois evidencia novos modelos para aferição da qualidade da educação.
“A escola não faz a diferença” é o título da seção primeira do livro. Aqui, discutem-se os resultados de duas pesquisas acerca da eficácia escolar desenvolvidas nos anos 1960: o chamado Relatório Coleman, nos Estados Unidos, e o Relatório
Est. Aval. Educ., São Paulo, v. 22, n. 50, p. 593-598, set./dez. 2011 • 593
Plowden, na Inglaterra. Quanto ao Relatório Coleman, a pesquisa foi encomendada pelo governo norte-americano, que pretendia conhecer, nos termos de sua Lei de
Direitos Civis de 1964, as razões da “falta de disponibilidades educacionais iguais para indivíduos por razão de raça, cor, religião