Pesquisa de Satisfação do usuario
RESUMO
O quadro habitacional brasileiro é resultado permanente de décadas de lutas pelo solo urbano e pela moradia. Algumas capitais possuem grande parte da população residindo em imóveis ilegais e insalubres, construídos em favelas e loteamentos clandestinos. O Estado tentou solucionar o problema, durante muito tempo, através da remoção de favelas e da construção de conjuntos habitacionais, que demonstraram pouca eficácia. Atualmente as urbanizações de favelas têm merecido destaque.
Em São Paulo elas vêm sendo realizadas através dos Programas Habitacionais. Com o objetivo de levantar as tipologias construtivas e espaciais, realizar avaliação técnica e de satisfação dos usuários em relação à moradia, utilizou-se de técnicas de Avaliação Pós-Ocupação (APO) em dois grupos distintos de moradias na cidade: providas pelo poder público (formal) e autoconstruídas (informal). Os resultados indicam necessidade de revisão do sistema construtivo utilizado pelo processo formal, para adequação aos padrões de qualidade. Ao mesmo tempo em que aponta deficiências de projeto nas unidades auto construídas, a despeito do maior grau de satisfação apontado pelos moradores dessas moradias. O quadro habitacional brasileiro contemporâneo retrata uma realidade fruto de décadas de conflitos.
Algumas capitais chegam a possuir a maior parcela da população em imóveis ilegais, que são construídos em favelas, invasões, loteamentos clandestinos, ocupações de áreas de risco e de proteção ambiental. Segundo alguns estudiosos, na década de 1950 a questão habitacional começou a despertar interesse dos pesquisadores, que tentavam associar o problema às teorias em voga na época, como a teoria da marginalidade e a teoria da acumulação capitalista. Em 1964, o Governo Federal cria o Banco Nacional da Habitação (BNH), que durante mais de duas décadas comandou a política habitacional no Brasil, deixando como herança uma produção que sofreu mais