Pesquisa burocracia de arribação
1. BUROCRACIA DE ARRIBAÇÃO
A transferência da corte trouxe para a América portuguesa a família real e o governo da Metrópole. Trouxe também, e sobretudo, boa parte do aparato administrativo português. Além da família real, 276 fidalgos e dignitários régios recebiam verba anual de custeio e representação. Luccok calculava em 2 mil o número de funcionários régios e de indivíduos exercendo funções relacionadas com a Coroa, além de 700 padres, 500 advogados e 200 “praticantes” de medicina residentes na cidade. Em 1817 havia no RJ de 4 a 5 mil militares. No total, 15 mil pessoas transferiram-se de Portugal para o Rio de Janeiro no período. Administradores e colonos de outras partes do Império português (Angola e Moçambique) também migraram para o Rio.
Os dados que temos não permitem que se meça precisamente o fluxo migratório em direção à nova corte sul-americana, mas é possível captar mudanças comparando os dados dos censos. A população urbana subiu de 43 mil para 79 mil habitantes (e o contingente de habitantes livres foi de 20 mil para 46 mil).
Chegam também mais africanos (pois a baía de Guanabara se converteu no maior terminal negreiro da América). Um número crescente de escravos será retido no meio urbano para atender à demanda de serviços: a percentagem de cativos salta de 35 % a 46 %.
2. A RUPTURA DO CIRCUITO DE COMÉRCIO CONTINENTAL
Enquanto a corte se ajeitava no caos pré-urbano do Rio de Janeiro, importantes mudanças atravessavam o território colonial. O mercado do polígono mineiro (Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso) açambarcava toda a América portuguesa no século XVIII. A partir de 1770, porém, a produção no polígono de outro declina, desativando a imantação mercantil irradiada pelo centro de território. Graças ao ressurgimento da agricultura de exportação, as atividades litorâneas e o comércio marítimo mantêm-se num patamar elevado. Contudo, rompe-se o circuito de comércio continental. São Paulo, o Sul, o Norte e o Nordeste