Pescadores e anzóis
Teorias são redes; somente aqueles que a lançam pescarão alguma coisa.
O uso de analogias não é gratuito. E, se a analogia para a teoria é um instrumento de pescaria, pode-se visualizar o cientista como um pescador lançando redes e recolhendo os mais inesperados espécimes neste mar infinito da realidade.
É evidente que nem as redes dos pescadores nem as dos cientistas caem dos céus. Elas têm de ser construídas. O pescador faz suas redes com fios. O cientista, com palavras. Estas redes construídas com palavras têm o nome de teorias. Um cientista que consegue decifrar o código de uma mensagem cifrada conseguiu uma rede para segurar os peixes que lhe interessam.
É cientista aquele que sabe usar e fazer manobras com as redes teóricas para alcançar o que realmente lhe interessa. É de suma importância também levar em consideração, além dos peixes capturados, os que passaram por ela. Estes peixes pela antiga psicologia tradicional eram ignorados e passavam despercebidos e com Freud veio a mudança que estes peixes devem ser procurados com empenho e as redes adaptadas e assim captura-los e entender seu comportamento diferencial. Um exemplo é a caçada de Semmelwis, havia um criminoso numa das alas do hospital, e que atacava apenas as mulheres tratadas pelos mais preparados médicos, primeiro de tudo ele fez uma hipótese, que nada mais é que uma afirmação feita por nós e que depois pedimos para a natureza confirmar ou negar. A primeira hipótese era que as condições epidêmicas que causavam a morte de mulheres, porém se essa fosse a rede certa ela deveria funcionar para qualquer ala do hospital, só que isso foi mostrado ser falso, pois na ala das enfermeiras morriam bem menos mulheres que na ala dos médicos. A segunda hipótese eram sobre a posição das mulheres na hora do parto, na ala das enfermeiras elas deitavam de lado, enquanto na ala dos médicos elas dão a luz de costas, porém isso também foi rejeitado. Foi aí que algo