Pescadores de lagosta
Pescar lagostas através do mergulho é uma atividade que se desenvolve há muitos anos entre os pequenos pescadores ou pescadores artesanais do litoral nordestino. São praticadas duas modalidades de mergulho: o mergulho livre e o mergulho com compressor.
No primeiro caso, um remador e dois pescadores mergulhadores partem para o mar em pequenas e frágeis embarcações, as jangadas ou paquetes , feitas com isopor revestido de madeira. No local planejado, mergulham à procura das lagostas. Seus equipamentos de trabalho são bastante rudimentares: pés de pato, máscara, às vezes um suspirador (comprado ou adaptado), a bicheira , que é um instrumento de metal com um anzol na ponta usado para matar as lagostas e as tarrafas que são cestas para guardá-las e trazê-las para o barco. Os limites desta modalidade são dados pela profundidade do mergulho: até doze braças (Braça é a unidade de medida utilizada pelos pescadores) segundo eles, uma vez que só se valem de seu próprio fôlego. Em águas mais profundas, só é possível mergulhar com equipamentos de ar.
É o que acontece na segunda modalidade, o mergulho com compressor . Esta modalidade exige barcos um pouco maiores (com no máximo dez metros de comprimento), com motor, capazes de navegar em mares mais afastados da costa, em águas mais profundas. Levam uma tripulação de cinco pessoas: o mestre , dois mergulhadores e dois mangueireiros . As viagens começam, em geral, de madrugada e podem durar vários dias. Ao chegarem aos locais previstos, muitas vezes após várias horas de navegação, o barco pára e começa o trabalho da equipe.
A técnica usada é a seguinte: ao motor do barco se acopla um compressor de ar, por meio de uma correia. Na saída do compressor existe um mangote que leva o ar a um balão que nada mais é do que um botijão de gás de cozinha (novo ou re-utilizado). A válvula de segurança do botijão é retirada e substituída por uma torneira à qual se acopla um