Performance em artes visuais
ESCOLA DE BELAS ARTES
PERFORMANCE EM ARTES VISUAIS
Rose Mary Silva dos Santos
Minha primeira experiência com performance foi no início da década de 90, época em que finalizava o curso de graduação em artes plásticas, na Universidade Federal da Bahia. Como conclusão do curso, nós formandos, fizemos uma exposição coletiva no shopping Barra e foi assim que me foi apresentada a performance da artista, Tânia Paixão.
Não havia informação sobre o processo criativo da performer e acho que, por isso, conseguiu surpreender todo público visitante, inclusive a todos os expositores daquele evento.
A conclusão que cheguei ao ver seu corpo pintado transitando nas dependência do shopping foi que artista e obra se fundiram de maneira que não havia como apartar um do outro. Aquela ação, acompanhada do seu olhar, era uma visão que ultrapassava aquilo que até então acreditava ser arte/obra e artista visual. Não havia objeto/produto, mas um processo efêmero onde o corpo, tempo e espaço, como prolongamento do seu corpo, configuravam uma nova perspectiva de arte.
Como artista plástica, durante uma das atividades da disciplina, senti o peso da atuação do performer. Expressar-se usando o corpo, o tempo e o espaço sem auxílio das tintas, das cores, dos pincéis... é desafiador e instigante. Transcender a subjetividade atingindo e mobilizando o espectador, tornando-o coparticipante imediato da ação é muito mais que um artista pode esperar. Senti o peso da exposição de aspectos íntimos da minha vida e a satisfação de repensá-los.
Ao final, a certeza de que a performance unifica obra e artista, tornando-os a totalidade do ato criador, literalmente. E tudo é grandioso e efêmero. O que era concreto, físico, se esvai no tempo e espaço, sem a mínima intenção de se eternizar.
De acordo com Jair Ferreira (1993), “ desestetizada, desdefinida, desmaterializada, a obra sumiu, mas sobrou o artista”. O artista no cotidiano faz da sua ação a própria obra. Há