Obra e vida de Michael Groisman
Performer.
Gradua-se em educação artística, com habilitação em música, pela Universidade do Rio de Janeiro - Unirio, em 1996. Faz cursos de arte com o pintor, desenhista e gravador Luiz Ernesto (1955), na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, entre 1986 e 1992, e com o pintor Luiz Pizarro (1958), no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ, entre 1986 e 1987. Suas primeiras performances são Cabeçânus, Somamão, Degustador e Libélula, no Teatro Sérgio Porto, Rio de Janeiro, 1996; e Trilho, com a M. Groisman Cia. de Dança, no Studio Casa de Pedra, Rio de Janeiro, 1998. Neste mesmo ano, realiza as mostras individuais Ovo Ambiente, Zíper Óculos e Chaveiro Molar, na Loja Matias Marcier, Rio de Janeiro. É convidado a participar do Panorama da Arte Brasileira, no Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM/SP, em outubro de 1999. Utilizando o corpo como espaço e matéria, desenvolve trabalhos que integram artes visuais e movimento através de dinâmicas lúdicas e jogos. Desde 2004, trabalha com a artista e pedagoga Gabriela Duvivier. Juntos participam de exposições e festivais por todo o mundo, como o InTransit (Alemanha), Fierce! (Inglaterra), Le Merlan e Made in Brasil (França) e Riocenacontemporanea e Festival Panorama de Dança (Brasil). Vive e trabalha no Rio de Janeiro.
Comentário crítico
Em 1999 Groisman realiza a performance Transferência, trazendo ao público a tônica da obra que o artista desenvolveria nos anos seguintes. Nesta obra, velas são apresilhadas em várias partes do corpo do artista que, por meio de articulações e contorções, transfere a chama de uma vela à outra. Feita a transferência, a primeira vela é apagada com um sopro, graças a um sistema de tubos também anexado ao corpo de Groisman. O crítico Fernando Cocchiarale observa que uma visão superficial dos aparelhos corporais produzidos por Groisman poderia associá-los ao tema da perversão ou à concepção do corpo como memória de dor e sofrimento.