Perfil dos consumidores do nordeste
O consumo já não tem a força de impulsionar a economia brasileira. Mas com 447 bilhões para gastar este ano, as famílias nordestinas ainda têm muito fôlego
Recife – Enquanto analistas e o governo já não acreditam no consumo como motor da economia brasileira, a receita parece ainda fazer muito sentido para o Nordeste. Gigantes como Whirlpool já concentram suas expectativas na região para abocanhar um naco dos 447 bilhões de reais que os nordestinos têm para gastar em 2013.
“Nosso crescimento nos próximos quatro anos vai ser muito calcado na região”, afirmou o presidente da Whirlpool, João Carlos Brega, durante o primeiro EXAME Fórum Nordeste, que ocorre hoje em Recife.
“O mercado tende a continuar crescendo”, disse Renato Meirelles, do Data Popular, instituto responsável pelo cálculo dos quase 450 bilhões de reais de consumo dos nordestinos no ano. A pesquisa completa será publicada na próxima edição da revista EXAME, que chega às bancas nesta quinta-feira.
Apesar de 43% das famílias da região receberem Bolsa Família, empresários e especialistas são unânimes em apontar que o mercado não aceita produtos defasados ou apenas os de entrada.
“Nosso consumidor ganhou poder de compra. Nosso crescimento de geladeiras frost-free hoje é de 60%. Já modelos de uma porta estão com vendas estáveis. Vendemos só com promoção”, atesta o presidente da Eletro Shopping, Richard Saunders. A Eletro Shopping é parte da Máquina de Vendas, um dos maiores grupos varejistas do país, com marcas como Insinuante e Ricardo Eletro.
Dificuldades
Todo o otimismo, porém, não exime as autoridades nordestinas de combaterem uma série de problemas comuns e antigos na região.
“Precisamos de infraestrutura, de acabar com a guerra fiscal e, principalmente, do ‘Merconordeste’, em vez do Mercosul. Hoje, você não consegue mandar produtos do Ceará para Pernambuco, ou vice-versa. Ele estão ficando parados nas fronteiras”, reclama João Carlos Brega.
O único