Pequena Tese
Obra: Villa Savoye
Parece-me muito difícil pensar na constituição do movimento moderno e na consolidação da nova arquitetura sem considerar o arquiteto suíço Charles Édouard
Jeanneret, o verdadeiro nome de Le Corbusier. Por esse motivo, ele foi escolhido como personagem principal desse estudo mais aprofundado, junto com uma de suas obras mais emblemáticas, a Villa Savoye. Veremos a seguir que a maneira com que ele conduziu sua formação, desenvolveu sua linguagem e obra reflete seu esforço contínuo em fazer com que a arte e a arquitetura entrassem em sintonia com os novos tempos.
Formação
A genialidade de Le Corbusier tem origem em sua formação. Ele graduou-se como designer e gravador de caixas de relógios na escola de Artes e Ofícios de sua cidade natal, La Chaux-de Founds, na Suíça. Foi estimulado pelo seu mestre Charles
L’Eplattenier a iniciar-se como arquiteto, mas desconfiava do sistema convencional da educação das Beaux-Arts. Preferia aprender fazendo e seu autodidatismo incluiu: muita leitura, longas viagens e experiências em vários escritórios de arquitetura. O fruto dessa formação foi uma experiência muito rica e multilateral, que o colocou em direto contato com movimentos de vanguarda nas áreas artística, arquitetônica e social.
Por um lado, através de seus mestres, Le Corbusier vivenciou de perto os movimentos embriões da nova arquitetura. O arquiteto e professor Suíço, Charles
L’Eplattenier, o apresentou ainda na adolescência ao Arts & Crafs, um dos primeiros movimentos a repudiar as convenções do passado, que buscava um vocabulário de decoração livre de ornamentos e baseado nas formas naturais. Ao trabalhar no escritório de August Perret, em Paris, entrou em contato com a racionalidade da estética do engenheiro e aprendeu muito sobre a construção em concreto armado. Ao mudar-se para Berlim e trabalhar com Peter Behrens, importante figura da Deutsche Werkbund, compreendeu a necessidade de uma aliança entre arte e máquina. Ao