Pensamento Social Do Brasil
1992 palavras
8 páginas
A formação da sociedade brasileira compreende diversos olhares sociológicos. Alguns autores principais exploram o debate acerca de sua formação utilizando-se de argumentos centrais em suas obras, como Oliveira Vianna em Populações Meridionais do Brasil, Sérgio Buarque de Holanda em Raízes do Brasil e Gilberto Freyre em Casa grande & Senzala. O grande domínio rural pode ser compreendido como base da formação da sociedade brasileira. Base esta autossuficiente, subsistente e completa, cultivando uma vida própria. Tal domínio caracterizado por uma vasta e imensa quantidade de terras, porém não somente terras, mas sim terras férteis, as quais proporcionaram ao longo do tempo, os engenhos de açúcar, as fazendas de café e as de criação. Proporcionaram de tal modo que as grandes propriedades rurais se tornaram o cerne da sociedade, tendo como chefe supremo o senhor de engenho. Ao deparar-se com a figura do senhor de engenho, vê-se a figura de um homem. O senhor de engenho assume o papel de patriarca do grande domínio rural e dentro de suas terras ele é detentor do poder de mando, onde mando adquire todos os seus sentidos, sendo tanto a formação de uma hierarquia – onde não há mobilidade de papéis – quanto a supremacia confundida com a de um monarca. Isto quer dizer que o senhor de engenho possui todos os artifícios necessários para mandar e desmandar. Artifícios esses que não se explicam por si só, mas se misturam com uma democracia totalmente interna – que ao longo do tempo brota para as cidades e, junto a princípios domésticos, instala-se no cerne da organização da vida social. Talvez não a democracia em seu sentido mais puro, mas uma ideia de que se vive – no Brasil – uma democracia. Os grandes domínios rurais exercem uma ação simplificadora (Vianna, 1920) sobre a estrutura das populações rurais. Isto porque com a independência e a autonomia das grandes propriedades de terra a classe comercial não se consolida, muito menos se firma, o que impede a formação de uma