Porque pensamento e não teoria?
Político-Social Brasileira e o Fantasma da
Condição Periférica (1880-1970)
Christian Edward Cyril Lynch
Professor e pesquisador do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, Brasil
INTRODUÇÃO a última década, a área do chamado pensamento político-social brasileiro apresentou uma expansão significativa. Ela pode ser medida pelo aumento expressivo do número de dissertações e teses defendidas nos programas de pós-graduação; de comunicações apresentadas nos respectivos grupos de trabalho nos congressos da Associação
Nacional de Pós-Graduação em Ciências Sociais (Anpocs), bem como nos encontros da Sociedade Brasileira de Sociologia (SBS) e da Associação Brasileira de Ciência Política (ABCP); de coletâneas de artigos dedicados aos autores canônicos do pensamento brasileiro, como Introdução ao Brasil: um banquete nos trópicos (1999); Nenhum Brasil existe – pequena enciclopédia (2003); Intérpretes do Brasil – cultura e identidade
(2004); e Um enigma chamado Brasil: 29 intérpretes e um país (2009)1. Além disso, surgiram novas tentativas de conferir um tratamento teórico mais elaborado a essa área do pensamento político brasileiro, como
Linhagens do pensamento político brasileiro, de Gildo Marçal Brandão
(2007), e Formação do pensamento político brasileiro, de Francisco Weffort
(2006). Ao mesmo tempo, pesquisadores como Marcelo Jasmin e João
Feres Júnior procuraram aplicar novas metodologias da teoria política ao pensamento político brasileiro, como a história dos conceitos, de
Koselleck, e o contextualismo linguístico da Escola de Cambridge.
N
DADOS – Revista de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, vol. 56, no 4, 2013, pp. 727 a 767.
727
Revista Dados – 2013 – Vol. 56 no 4
1ª Revisão: 03.10.2013
Cliente: Iesp – Produção: Textos & Formas
Christian Edward Cyril Lynch
Enfim, houve progresso. No entanto, qualquer