Peixe voador
Exocoetus volitans (L.), conhecido popularmente como peixe-voador, coió, cajaleó, pirabebe, é um peixe teleósteo beloniforme da família dos exocoetídeos, de distribuição circuntropical, muito capturado em várias regiões.
A espécie chega a medir até 25 centímetros de comprimento, de corpo alongado, dorso azul-acinzentado, flancos prateados e ventre claro, barbatana pélvicas muito curtas e peitorais extremamente desenvolvidos. Nadando a uma velocidade que alcança 29 km/h, o peixe sai da água e nesse momento abre as “asas” e golpeia a água rapidamente com a barbatana caudal. Inicia então o planeio que a durar dez segundos e que se estende de 1 a 400m.
O peixe-voador é mencionado no capítulo V de sermão de Santo António aos peixes. Neste capítulo Padre António Vieira fala-nos dos vícios do peixe-voador e, alegoricamente, dos vícios dos peixes.
Com o excerto do mesmo capítulo, “Com os voadores tenho também uma palavra, e não é pequena a queixa. Dizei-me, voadores, não vos fez Deus para peixes? Pois por que vos meteis a ser aves? O mar fê-lo Deus para vós, e o ar para elas. Contentai-vos com o mar e com nadar, e não querais voar, pois sois peixes.”, o pregador começa a dirigir-se ao peixe-voador, a fim de o repreender. Ele critica a atitude dos peixes-voadores ao “voarem”, pois considera que estes foram feitos para serem peixes e estarem no mar e não para voarem e serem aves. Segundo ele, o mar foi feito por Deus para os peixes, tendo o ar sido feito para as aves, pelo que os peixes-voadores devem deixar de voar e contentarem-se com o que Deus lhes deu, que foi o mar. Com isto, Padre António Vieira critica a ambição deste peixes, pois não se contentam com o que já possuem e, indirectamente, critica a ambição dos homens, pois estes, tal como os peixes, querem sempre