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Dez Consensos
Augusto de Franco*
* Coordenador do Instituto de Política, membro do colegiado de articulação do
Fórum Nacional de Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida e do
Conselho da Comunidade Solidária.
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Proposta N o 78 Setembro/Novembro de 1998
Neste artigo, tento apresentar os consensos que vêm sendo construídos sobre o desenvolvimento local integrado e sustentável, por atores governamentais e não-governamentais, nos últimos meses, no Brasil. Aproveito-me das conclusões da Oitava Rodada de Interlocução
Política do Conselho da Comunidade Solidária, que teve seu desfecho em março de 1998.
Tais conclusões baseiam-se num amplo processo de debates que vem ocorrendo há bastante tempo, por iniciativa de algumas ONGs
– como a Fase, o Napp, o Sere, o Ibam, a Ágora, a Ação da Cidadania; – e de algumas OGs – como o Banco do Nordeste e a Secretaria Executiva da
Comunidade Solidária. Também têm participado desta discussão organismos das Nações Unidas, como o Unicef e o PNUD, e da cooperação técnica internacional, como a pioneira GTZ.
Merecem ainda ser citados alguns acadêmicos que vêm trabalhando com o tema, como Ladislau
Dowbor e Tânia Fischer, e algumas organizações que tentam traduzir as reflexões teórico-programáticas sobre o desenvolvimento local em propostas políticas, como é o caso do Instituto de Política do Fórum Brasília Século XXI
(www.forum21.org.br). Por último, cabe ressaltar o papel inovador desempenhado pelo Fórum
Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento e por outras entidades ambientalistas, ao colocarem na pauta a questão da Agenda 21 Local.
1) O primeiro consenso é sobre o conceito de desenvolvimento local integrado e sustentável.
Ele poderia ser formulado assim: desenvolvimento local integrado e sustentável é um novo modo de promover o desenvolvimento, que possibilita o surgimento de
comunidades