pedagogia
Artigo por André Júlio Costa - terça-feira, 19 de março de 2013
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A formação docente é quase uma obsessão na área de estudos pedagógicos
A psicanálise, ainda que enfrentando resistências, vem paulatinamente ocupando seu espaço dentro do âmbito educacional e dos processos educativos da criança, à maneira que a própria infância se mostra não toda explicada, não toda capturada pelos significantes escolares. Hoje, estando um pouco mais distante das determinações da racionalidade técnica, o pedagogo começa a entender que sua função é muito maior do que somente ensinar às crianças conteúdos e modos de socialização e sim, como um profissional encarregado da educação – no sentido amplo do termo –, é a de ser responsável pela formação inicial de sujeitos, em uma etapa da vida na qual as marcas simbólicas ganham expressiva importância.
A discussão sobre a formação docente é quase uma obsessão na área de estudos pedagógicos, em que se credita a responsabilidade pelo fracasso escolar à falta de coerência teórica do professor nas disciplinas e no processo de aprendizagem (Amorim, 2006). A discussão acerca da tal formação deve extrapolar simplesmente os aspectos curriculares e racionais, indo em direção às atuais questões que possibilitem uma análise mais abrangente, apta a apreender as relações sociais na sua totalidade (Veiga et al, 1997). É certo que pensar a pedagogia meramente como formação de professores pode ser muito simplista, pois o pedagogo não se ocupa somente da formação racional e escolar de crianças, tendo sua atuação uma amplitude bem maior (Libâneo, 2001). Essa atuação materializa-se no dia a dia com o que chamamos aqui de ofício de educar. E sabemos, desde a psicanálise, que tal ofício consiste em transmitir as marcas simbólicas que dão possibilidades para que a criança goze de um lugar de enunciação no campo da palavra e da linguagem, sendo que é por meio desse campo que será possível ela lançar-se como