Pedagogia
Ainda na Idade Média, os discursos de Aristóteles e Santo Agostinho eram reproduzidos para justificar que por não ouvirem, os surdos também não poderiam ser educados (CARVALHO, 2007, p. 14; CHOI, et. al., 2011, p. 6). Contradizendo tais ideias, o Arcebispo John de Beverley, em 700 d. C., intrigado pela esperteza de um rapaz surdo, decidiu ensiná-lo a falar (oralmente), ler e escrever. Com êxito em seu empreendimento, o sucesso do jovem foi visto como um milagre pelos cidadãos da época (CARVALHO, 2007,
p. 14).
A possibilidade de educar os surdos se difundiu e fortaleceu na Idade Moderna, a partir do século XIV, quando autores como Bartolo della Marca d’Ancona, Rodolfo Agrícola e Girolamo Cardano se posicionaram em defesa da instrução de surdos, cogitando outros recursos além da fala oral. Essa possibilidade chamou a atenção, principalmente para os filhos de nobres, cujas famílias estavam preocupadas com o destino de seus bens e patrimônios. Conforme narrado por Moura (2000, p. 17), Pedro Ponce de Léon foi o primeiro professor de surdos da história. Por ter vivido em um mosteiro beneditino, alguns autores como Carvalho (2007, p. 19) e Choi et. al. (2011, p. 7) acreditam que Ponce de Léon conhecia os gestos manuais utilizados pelos monges que faziam voto de silêncio e os aproveitou para criar um alfabeto manual empregado na soletração de palavras pelos alunos surdos.
Assim que a sociedade percebeu que os surdos eram sujeitos aptos a aprendizagem, surgiram inúmeros educadores e diversos métodos; a maioria se norteava pela escrita, oralidade, alfabeto manual e sinais. Como tais profissionais eram contratados especialmente pelas famílias mais abastadas, não demorou muito e uma disputa entre