Pedagogia da autonomia
Paulo Freire
Qual a concepção de educação?
Qual a concepção de aprender e ensinar?
Qual o papel do professor?
Qual a função social da escola?
Paulo Freire deixa claro que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção. (p. 22).
Para Freire é preciso que, desde os começos do processo formador, vá se ficando cada vez mais claro que, embora diferentes entre si, quem forma se forma e re-forma ao formar e quem é formado forma-se e forma ao ser formado, e não há docência sem discência, estas se explicam e seus sujeitos apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto, um do outro, pois quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. (p. 23).
O autor vai além, ao afirmar que, ensinar inexiste sem aprender e vice-versa e que foi aprendendo socialmente que, historicamente mulheres e homens descobriram que era possível ensinar. Aprender precedeu ensinar, ou ensinar se diluía na experiência realmente fundante de aprender. (p. 24).
Paulo Freire critica o ensino “bancário”, no qual os conteúdos são depositados no aluno, porém ele afirma ser necessário que o educando mantenha vivo em si o gosto da rebeldia que, aguçando sua curiosidade e estimulando sua capacidade de arriscar-se, de certa forma o “imuniza” contra o poder apassivador do “bancarismo;”. A força criadora do aprender é uma das significativas vantagens dos seres humanos, pois tem a capacidades de ir mais além de seus condicionantes. (p. 25).
A tarefa coerente do educador que pensa certo é, exercendo como ser humano a irrecusável prática de inteligir, desafiar o educando com quem se comunica, produzir sua compreensão do que vem sendo comunicado. O pensar certo por isso é dialogo e não polêmico. O pensar certo, que supera o ingênuo tem que ser produzido pelo próprio aprendiz em comunhão com o professor formador.(p. 38-39).
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